A busca por respostas prontas
- Juliana Miliatti
- 30 de abr. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de jan. de 2024
As vezes procuramos respostas prontas e elas podem ajudar em momentos mais críticos na vida de uma pessoa. Por exemplo: quando está na fase infantil. O bebê demanda respostas do Outro e esse adulto vai dando contornos e inserindo essa criança no mundo da linguagem, no mundo simbólico, os adultos falam sobre essa criança. Não só a família, mas o meio social, a escola, os filmes e até os celulares.
Mas é necessário que esses outros faltem um pouco para que essa criança possa encontrar amparo sozinha também para lidar com a ausência do outro.
Quando falamos sobre os sentimentos na vida adulta e a forma de viver no mundo se torna bem complicado, é necessário fazer essa separação em alguma medida. Pois uma vez que você cola no discurso do outro e copia aquilo que ele pede para você fazer, é aí que eu me pergunto: onde está você na cena?
Mesmo que não tenha como se separar por completo, pois você é um conjunto de experiências e pessoas – toda uma historia, diga-se de passagem... É importante que isso aconteça em alguma medida para que não fique somente no movimento de queixa: “olha só o que fizeram comigo” – embora seja necessário esse momento de reconhecimento da dor sobre aquilo que te aconteceu.
Só que ao falar sobre sentimentos e momentos que você está em um sofrimento intenso: será que SÓ contar até 10, inspirar e expirar, se alimentar de forma “saudável”, se exercitar 1 hora por dia, beber água algumas vezes na rotina, pensar de forma positiva e dizer GRATIDÃO a queixa vai mudar de posição? Ou você ficará repetindo os mesmos discursos e se movimentando em círculos?
Se questionar e elaborar de forma autêntica sobre aquilo que você sente pode mudar o que você sente, pois aquele sofrimento que estava encarregado de muitas certezas acaba se transformando em dúvidas e possibilidades de algo diferente. E isso acontece quando você fala para um profissional que não fica numa posição de te dar palestra e coloca você a falar, trabalhar, e que tem uma escuta atenta aquilo que se repete no seu discurso, quando começou, e como lidar chegando mais próximo daquilo que você deseja e mudando sua posição frente ao outro.
Juliana Miliatti CRP: 06/160817





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